Trajes Típicos

Traje de Trabalho
Era usado pelas mulheres e homens, que trabalhavam no campo.
A mulher usava blusa de chita ou linho com colete, saia de estopa ou linho, um saiote vermelho, uma faixa, um avental de riscado, um lenço galinheiro na cabeça, um lenço de chita nas costas e um chapéu de palha.
Calçava uns socos sem meias ou andava descalça. No Inverno não usava chapéu de palha, calçava meias de lã e nas costas usava um lenço de lã de cores escuras.
O homem trajava calças de cotim ou linho tingido com uma corda ou faixa na cintura, camisa de riscado e colete. Calçava solipas, socos ou chancas ou andava descalço. No Verão na cabeça usava um chapéu de palha. No Inverno usava na cabeça uma boina ou chapéu de feltro e vestia uma palhoça, quando chovia.



Traje de Palhoça


Traje Domingueiro
A mulher usava uma saia de fazenda ou de linho com faixa, uma blusa de cores claras em linho, fazenda ou chita, na cabeça um lenço de cachené, um avental bordado à cinta e calçava uns chinelos.
O homem usava calças de fazenda ou cotim com faixa, camisa de linho sem colarinho, colete, casaco preto, chapéu preto na cabeça e calçava botas.

Nota: Se fosse para ir à noite às novenas do Mártir S. Sebastião, do Menino Jesus ou ao mês do Rosário, que era em Outubro, as senhoras mais ricas em vez de xailes levavam uma capa, mas as mais pobres levavam uma saia pela cabeça. Os homens levavam um varino pelas costas.
À noite, para se alumiarem, levavam na mão um lampião ou uma lumieira. Todos regressavam da cerimónia religiosa em procissão e a cantar o “Avé”.

Traje de Varino


Traje de feira
A mulher para ir à feira usava o traje domingueiro, levando uma giga à cabeça, com cereais e outros produtos que ia vender ou a canastra para comprar. Eram muitas as feiras que se realizavam nesta região, com particular destaque para a do Castêlo, Santana e de Famalicão.






Traje de romaria
Traje muito característico dado o elevado número de romarias que se realizavam nestas freguesias e nas circunvizinhas, com especial destaque para a romaria da Santa Eufémia.
A mulher usava saia branca e um saiote vermelho e uma saia de riscas ou florida, com uma barra de qualquer cor, a blusa era florida ou blusa branca com um colete, um avental bordado, um lenço de merino pelas costas, um lenço chinês na cabeça, umas meias brancas rendadas até ao joelho e uns chinelos.
O homem vestia calças de fazenda de cor escura, camisa branca de linho, colete, chapéu na cabeça e calçava botas ou sapatos.
A condessa acompanhava o grupo levando o merendeiro e o garrafão do vinho, enfiado na vara ao ombro do homem.

Traje de festa
A mulher vestia blusa branca com rendas na gola e nos punhos, uma saia bem rodada com aplicações de seda ou veludo, casaca de seda ou veludo. Calçava meias de renda brancas e chinelos de verniz. Na cabeça usava um lenço de seda a cair pelos ombros e um chapéu. Na mão uma sombrinha e uma saca de tecido a condizer com a roupa.
Os brincos e cordões eram peças de adorno essenciais.
O homem vestia camisa branca de linho, calça de fazenda de lã preta, colete com relógio de bolso e casaco.
Na cabeça usava chapéu de feltro e calçava sapatos pretos.






Traje de morgada
Traje usado pela filha única de gente rica. A moça vestia saia, em seda estampada, rodada com cauda atrás e lisa à frente, blusa também de seda com rendas, casaco de cachemira ou brocado. Calçava chinelos ou sapatos.
Na cabeça usava um chapéu adornado e de Inverno nas costas usava uma
capeline.










Traje de noivos
A noiva usava blusa branca de linho com bordado inglês na gola e nos punhos, saia branca de baixo e saia de cima de tecido adamascado de cor preta com barra de cetim e casaca do mesmo tecido. Calçava meias brancas rendadas e chinelos de verniz pretos. Na cabeça, lenço de seda branco a cair pelos ombros e um chapéu de abas estreitas com fita de seda. Na mão uma sombrinha e o ramo de noiva.
O noivo vestia camisa branca de cambraia com colarinho quebrado, um laço ao pescoço, calça de fazenda de lã preta, colete com relógio e casaco. Na cabeça usava chapéu preto, na mão uma bengala de adorno e calçava sapatos pretos.






Traje de missa
As mulheres, ao domingo para ir à missa usavam uma capa com o lenço de seda bordado ou o xaile de fitilhos com lenço bordado.
As mais jovens usavam o cabelo preso em puxo, coberto por uma rede fina, e ao entrar na igreja colocavam uma “mantinha” ou “semilhana”.
Quando ao domingo à tarde havia hora de adoração ao Santíssimo, o traje era de festa.









Traje de lavradores ricos
A mulher usava uma blusa de linho, um colete, um saiote vermelho, uma saia branca e uma saia de tenilha, uma faixa, um avental de popeline, um lenço de chita nas costas e um lenço galinheiro na cabeça. Calçava uns socos ou chinelos. No Inverno usava um xaile de lã e calçava meias de lã.
O homem vestia uma camisa de linho, umas calças de linho brancas ou tingidas, colete e usava chapéu. Calçava socos ou botas. No Verão andava com o casaco ao ombro e no Inverno vestia uma samarra.




Meninos de Escola
Só no início do século XX é que a escolaridade passou a ser obrigatória, com salas diferentes para meninas e para meninos.
A menina usava uma saia branca, um vestido e um babeiro, calçava socos, chanquinhas ou socas de fivela. O cabelo era preso em trancinhas. Levava uma sacola na mão com a lousa, o ponteiro, cadernos, um lápis de carvão, uma pena de tinta, o livro único e a merenda.
O menino vestia calças de cotim, muitas vezes remendadas, camisa de riscado, chapéu de palha ou boina, na cabeça. Calçava socos, chancas ou botas. Levava uma sacola ao ombro com os materiais da escola e a merenda, que era constituída por um naco de broa. Quando estava frio, calçava umas meias de lã de ovelha e vestia um casaco também de lã. Quando chovia levava um saco de linhagem na cabeça.
As brincadeiras e os brinquedos eram muito diferentes dos atuais.